Thomas Edison é um dos inventores mais famosos da história, responsável por inovações que mudaram o mundo, como a lâmpada elétrica, o fonógrafo e o cinema. Mas quem foi esse homem que revolucionou a ciência e a tecnologia? Como ele chegou ao topo da indústria e quais foram os seus desafios e conflitos? Neste artigo, vamos conhecer a trajetória de Thomas Edison, desde suas origens como telegrafista em Ohio até se tornar uma figura proeminente na indústria cinematográfica.
A Infância e a Juventude De Edison
Thomas Alva Edison nasceu em 11 de fevereiro de 1847, em Milan, Ohio, nos Estados Unidos. Ele era o sétimo e último filho de Samuel e Nancy Edison, um casal de origem canadense que se mudou para os EUA após participar de uma rebelião fracassada contra o domínio britânico.
Edison tinha uma saúde frágil e sofria de surdez parcial, possivelmente causada por uma infecção na infância ou por um acidente na adolescência. Ele frequentou a escola por apenas três meses, sendo considerado um aluno lento e indisciplinado. Sua mãe, que era professora, decidiu educá-lo em casa, estimulando sua curiosidade e seu amor pela leitura.
Edison começou a trabalhar aos 12 anos, vendendo jornais, doces e frutas em trens que ligavam as cidades de Port Huron e Detroit. Ele aproveitava as viagens para ler livros de ciência e fazer experimentos químicos em um vagão que usava como laboratório.
Ele também aprendeu telegrafia, uma forma de comunicação que usava sinais elétricos para transmitir mensagens codificadas. Em 1863, aos 16 anos, ele conseguiu um emprego como telegrafista em uma estação ferroviária em Port Huron. Ele trabalhava à noite, enviando e recebendo mensagens, e usava o dia para dormir e estudar.
As Primeiras Invenções de Edison
Edison tinha uma mente inventiva e um espírito empreendedor. Ele não se contentava em apenas usar a telegrafia, mas queria aperfeiçoá-la e criar novos dispositivos. Entre 1869 e 1875, ele se mudou para várias cidades, como Boston, Nova York e Filadélfia, trabalhando como telegrafista e inventando novas máquinas.
Ele patenteou sua primeira invenção em 1869, um registrador de votos que permitia aos legisladores votar rapidamente. No entanto, o aparelho não teve sucesso comercial, pois os políticos preferiam o sistema tradicional, que lhes dava tempo para negociar. Edison aprendeu uma lição importante: não basta inventar algo novo, é preciso inventar algo que as pessoas queiram e precisem.
Em 1870, Edison fundou sua primeira empresa, a Edison Manufacturing Company, que produzia e vendia seus inventos. Entre eles, estavam o indicador de estoque, que permitia aos corretores acompanhar as cotações da bolsa de valores, e o quadruplex, que permitia enviar quatro mensagens simultâneas por um único fio telegráfico.
Essas invenções renderam a Edison uma boa fortuna e reconhecimento. Em 1876, ele se mudou para Menlo Park, Nova Jersey, onde construiu um laboratório de pesquisa e desenvolvimento que ficou conhecido como a “Fábrica de Invenções”. Lá, ele reuniu uma equipe de cientistas, engenheiros e mecânicos que o ajudavam a transformar suas ideias em realidade.
A Revolução Da Luz Elétrica

Uma das áreas que mais interessava a Edison era a iluminação elétrica. Na época, a maioria das casas e estabelecimentos usava velas, lampiões ou gás para se iluminar.
Esses métodos eram caros, ineficientes e perigosos, causando incêndios e poluição. Edison queria criar uma lâmpada elétrica que fosse barata, durável e segura, e que pudesse ser usada em larga escala. Ele não foi o primeiro a tentar isso, mas foi o que teve mais sucesso.
Em 1878, Edison começou a trabalhar na sua lâmpada elétrica. Ele testou vários materiais para o filamento, a parte que brilha quando a eletricidade passa por ela. Ele experimentou metais, carbono, bambu e até cabelo humano.
Depois de mais de mil tentativas, ele encontrou o filamento ideal: uma fibra de algodão carbonizada, que durava mais de 40 horas sem queimar. Em 21 de outubro de 1879, ele apresentou sua lâmpada ao público, causando admiração e espanto. Ele patenteou sua invenção em 1880, e logo fundou a Edison Electric Light Company, que fornecia lâmpadas e geradores elétricos para os clientes.
Mas Edison não se contentou em apenas criar a lâmpada, ele queria criar um sistema completo de iluminação elétrica, que incluísse a geração, a distribuição e o consumo de energia. Ele projetou e instalou a primeira rede elétrica do mundo em Nova York, em 1882, iluminando cerca de 400 lâmpadas em 85 prédios.
Ele também criou o medidor elétrico, que permitia cobrar pelo uso da eletricidade. Edison se tornou um dos homens mais ricos e influentes do mundo, e sua lâmpada se tornou um símbolo do progresso e da inovação.
As Contribuições Para o Cinema e o Som
Além da eletricidade, Edison também se dedicou a outras áreas da ciência e da tecnologia, como o cinema e o som. Ele foi o inventor do fonógrafo, o primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons. Ele criou o dispositivo em 1877, usando um cilindro de metal coberto por uma folha de estanho, que era perfurado por uma agulha conectada a um diafragma.
O som fazia o diafragma vibrar, e a agulha registrava as vibrações no cilindro. Para reproduzir o som, bastava girar o cilindro na direção oposta, fazendo a agulha percorrer os mesmos sulcos. Edison ficou surpreso quando conseguiu ouvir sua própria voz gravada, dizendo “Mary had a little lamb”. Ele patenteou sua invenção em 1878, e a usou para gravar músicas, discursos e até piadas.
Edison também contribuiu para o desenvolvimento do cinema, a arte de projetar imagens em movimento. Ele não foi o primeiro a criar uma câmera cinematográfica, mas foi o primeiro a patentear uma, em 1891. Ele chamou seu aparelho de cinetoscópio, e o usou para gravar cenas curtas de pessoas, animais e objetos.
Ele também construiu um estúdio em seu laboratório, chamado de Black Maria, onde filmava seus atores e atrizes. Ele exibia seus filmes em máquinas que funcionavam com moedas, chamadas de kinetoscopes, que permitiam que uma pessoa visse as imagens através de uma abertura. Edison produziu centenas de filmes, de vários gêneros, como comédia, drama, romance e documentário.
As Controvérsias e Os Conflitos De Edison
Apesar de suas realizações, Edison não era um homem sem defeitos. Ele era conhecido por suas práticas comerciais questionáveis, creditando-se por invenções nas quais apenas supervisionava ou financiava. Ele também era um competidor feroz, que não hesitava em usar de meios desleais para eliminar seus rivais.
Um dos seus principais adversários foi Nikola Tesla, um inventor sérvio que trabalhou para Edison por um breve período, mas que se desentendeu com ele por questões de pagamento e de reconhecimento. Tesla deixou a empresa de Edison e se juntou a George Westinghouse, outro magnata da eletricidade, que apoiou suas ideias e suas invenções.
O principal ponto de conflito entre Edison e Tesla era a questão da corrente elétrica. Edison defendia o uso da corrente contínua (CC), que era a mesma usada nas suas lâmpadas e nos seus geradores. A CC era mais fácil de produzir e de controlar, mas tinha o problema de perder potência ao longo da distância, exigindo mais fios e mais estações de geração.
Tesla e Westinghouse defendiam o uso da corrente alternada (CA), que era a mesma usada nos transformadores e nos motores. A CA era mais difícil de manipular, mas tinha a vantagem de poder variar a tensão e a frequência, permitindo transmitir energia por longas distâncias com menos perdas e menos custos.
Edison não aceitou a concorrência da CA e iniciou uma campanha de difamação contra ela. Ele afirmava que a CA era perigosa e mortal, e que podia eletrocutar as pessoas e os animais. Ele chegou a financiar a criação da cadeira elétrica, um instrumento de execução que usava a CA para matar os condenados.

Ele também realizou demonstrações públicas nas quais eletrocutava cães, gatos, cavalos e até um elefante, para mostrar os supostos riscos da CA. Ele esperava que isso desestimulasse o uso da CA e favorecesse a sua CC, mas o efeito foi contrário. A CA se mostrou mais eficiente e mais econômica do que a CC, e foi adotada pela maioria das cidades e dos países. Edison perdeu a chamada “guerra das correntes” e teve que se adaptar à nova realidade.
A Vida Pessoal e a Morte De Edison
Edison teve uma vida pessoal marcada por altos e baixos. Ele se casou duas vezes e teve seis filhos. Sua primeira esposa foi Mary Stilwell, com quem se casou em 1871, quando ela tinha 16 anos e ele 24. Eles tiveram três filhos: Marion, Thomas Jr. e William. Mary morreu em 1884, aos 29 anos, devido a uma suposta overdose de morfina. Edison ficou viúvo e sozinho, cuidando dos filhos e dos negócios.
Ele se casou novamente em 1886, com Mina Miller, uma mulher de 20 anos que era filha de um rico industrial. Eles tiveram mais três filhos: Madeleine, Charles e Theodore. Mina foi uma companheira fiel e dedicada, que apoiou Edison em seus projetos e em suas dificuldades.
Edison enfrentou várias controvérsias em sua vida, tanto profissionais quanto pessoais. Ele foi acusado de plágio, de espionagem, de sabotagem e de fraude. Ele teve disputas judiciais com outros inventores, como Alexander Graham Bell, Elisha Gray e Hiram Maxim.
Ele teve problemas com seus filhos, especialmente com Thomas Jr., que se envolveu em negócios escusos e usou o nome do pai para se promover. Ele teve conflitos com seus sócios, seus funcionários e seus concorrentes.
Ele teve que lidar com a concorrência de novas tecnologias, como o rádio, o telefone e o automóvel. Ele teve que enfrentar a crise econômica de 1929, que afetou seus investimentos e suas empresas.
Edison morreu em 18 de outubro de 1931, aos 84 anos, em sua casa em West Orange, Nova Jersey. Ele sofria de diabetes, de problemas renais e de complicações decorrentes de uma úlcera. Ele foi velado em seu laboratório, onde recebeu as homenagens de milhares de pessoas, entre elas o presidente Herbert Hoover, que ordenou que todas as luzes do país fossem apagadas por um minuto em sua memória.
Ele foi enterrado em um mausoléu no cemitério de Rosedale, em Nova Jersey, ao lado de sua primeira esposa. Ele deixou um legado de mais de mil patentes, de inúmeras invenções e de uma influência indelével na história da humanidade.

Conclusão
Thomas Edison foi um dos maiores inventores de todos os tempos, um homem que mudou o mundo com suas ideias e suas realizações. Ele foi o responsável por criar a lâmpada elétrica, o fonógrafo, o cinema e muitos outros dispositivos que revolucionaram a ciência, a tecnologia, a cultura e a sociedade.
Ele foi um gênio, mas também um homem controverso, que enfrentou desafios, conflitos e críticas. Ele foi um herói, mas também um vilão, que inspirou admiração e repúdio. Ele foi um ser humano, com suas virtudes e seus defeitos, com seus sonhos e seus medos, com seus sucessos e seus fracassos. Ele foi Thomas Edison, o homem que iluminou o mundo.